Um amigo telefona da França. Pergunta se a passeata das
prostitutas estaria repercutindo no Brasil. Fico calado, pensando do que se
trata. O amigo se espanta e começa a falar do atraso do nosso país. Que agora
só damos importância a bate-boca entre ministros do Supremo. Mas afinal, e as prostitutas,
o que têm elas? Pergunto. E contou-me a história. Tim-tim por tim-tim.
Amigo leitor, vejam só: no país dos perfumes e escargots,
só se fala das bonecas de silicone. Loiras, ruivas, negras. A preferência do freguês,
que paga certa quantia e leva as bonecas para o quarto. Lá ficando por uma ou
duas horas nas mais corrompidas praticas do sexo. Para deixar a coisa ainda
mais picante, as bonecas possuem um repertório de mais de duzentas freses com
variados níveis de equalizações.
As prostitutas francesas com o medo evidente de perder a
freguesia, já começam a fazer barricadas e pressionar os políticos (alguns até
fregueses antigos). Qual saída teria achado o governo? Segundo o meu amigo, o
argumento que se levanta é o de que as bonecas estariam sofrendo abusos,
prostituindo-se contra a vontade. A defesa dos cafetões é a de que entre as
mais de duzentas frases, nenhuma deixa claro que as bonecas estejam sofrendo
abusos.